O último painel do EAML 2023 começou com a temática “Preços baixos e sem volatilidade: o que fazer?”. Sob a moderação de Bernardo Sicsu, Vice-presidente de Estratégia e Comunicações da Abraceel, participaram do painel Mateus Cavaliere, Head of Market Intelligence da PSR; Daniela Alcaro, Head de Originação da Stima Energia; Luiz Henrique Macêdo, Diretor Operações da Raízen; Marcelo Bianchini, Superintendente de Produtos, Comunicação e Marketing da BBCE e Rodrigo Sacchi, Gerente executivo da CCEE.
Ao iniciar sua palestra de abertura, Mateus Cavalieri, da PSR, disse que os atuais níveis de preço de energia no mercado livre deverão permanecer baixos em 2024, uma vez que os reservatórios que atendem ao Sistema Interligado Nacional (SIN) se encontram em níveis satisfatórios.
Segundo ele, esta não é a primeira vez que o Brasil enfrenta preços baixos e sem volatilidade, a diferença está na composição da matriz energética, com destaque para o aumento da participação de eólicas e solares. “A tendência é que nos próximos anos a gente mantenha níveis de preço mais baixo, reduzido a nossa dependência hidrológica na definição do nível de preços.”
Os participantes destacaram a influência da governança e dos aprimoramentos regulatórios na volatilidade de preços da energia no mercado livre e mencionaram razões inerentes aos negócios, como fenômenos climáticos, à exemplo da crise hídrica em 2021.
Para Rodrigo Sacchi, da CCEE, o modelo de mercado atual, de carga elástica, pode não ser suficiente para capturar toda a elasticidade do consumidor. “Sabemos que a carga elástica na verdade não é elástica, pois responde a preço”, disse.
Outro ponto debatido foi o cenário de preços para os próximos anos, com mudanças no perfil da “curva de pato” e a ampliação da abertura de mercado, com oportunidade para a criação de novos produtos e serviços. “É preciso começar a pensar na energia como serviço e não mais como uma comodity”, disse Cavaliere.