As recentes mudanças regulatórias estão aproximando o mercado livre cada vez mais do varejo. Esse novo perfil de consumidor merece aprimoramentos e simplificações para adentrar no processo de abertura de mercado. Esse foi o assunto do quarto painel do EAML, “Rumo ao Varejo: Desafios Regulatórios​”, realizado na manhã desta quinta-feira.

Na palestra de abertura, Alexandre Lopes, Vice-presidente de Energia da Abraceel trouxe os pontos que estão em consulta pública da Aneel e disse que a ocasião é “uma excelente oportunidade para simplificar o processo de migração, incluindo não exigir adequação do sistema de medição”. 

De acordo com Marcelo Loureiro, Conselheiro de Administração da CCEE, em diversos países da Europa, onde a abertura de mercado já está consolidada, a troca entre fornecedores de energia é bastante comum e acontece de maneira natural. “No Brasil, será preciso acompanhar este processo com atenção, especialmente entre os consumidores de baixa tensão. A complexidade do atacado não pode atacar a simplicidade do varejo”, disse o executivo.

Logo depois, Felipe Calabria, da ANEEL, classificou a transparência e a qualidade de dados como imprescindíveis para a segurança do consumidor. “É fundamental estabelecer regras bem definidas para que todos saibam qual o seu papel dentro da cadeia”.  

Para Diogo Franzon Baraban, Diretor Comercial da EDP, a questão afeta diretamente o varejista, pois quanto mais informações ele dispor, melhor conseguirá gerir o seu portfólio.

A mesma opinião é compartilhada por Pedro Kurbhi, da COMERC, que além de citar a clareza dos contratos, também pontuou a adequação de medidores e a transparência de dados como os principais entraves para a migração de novos consumidores. Mas ponderou, dizendo que acredita na capacidade do brasileiro em fazer boas escolhas e gerir a sua própria energia. “Não podemos subestimar o consumidor brasileiro, que está ainda ingressando num mercado totalmente novo”.